Celulares, computadores, calculadoras, TVs, são alguns dos exemplos de equipamentos eletroeletrônicos (EEEs) que fazem parte de nossas vidas, assim como se fossem peças de nossas vestimentas. Mas será que damos a mesma atenção a eles, como foi quando os adquirimos, no momento do seu descarte? Que males o consumo desordenado desta moderna modalidade de lixo, que vem crescendo a passos largos, podem acarretar ao ambiente e, por sua vez, ao ser humano? Quais medidas podem ser adotadas para a correta utilização dos EEEs?
É muito comum que, no momento da aquisição de um EEE, fiquemos entusiasmados, fascinados, realizados mas, que alguns meses após, já estejamos “paquerando” o lançamento de uma nova versão do mesmo. Com isso, as atenções, que deveriam estar voltadas para o destino que se dará (ou se daria) ao modelo antigo, ficaram em segundo (ou terceiro, ou quarto, etc...) plano. Estudos demostram que a velocidade de crescimento do lixo eletroeletrônico é de três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.
Contudo, a principal preocupação não está focada, ainda, no que se refere ao seu descarte, mas sim em sua produção, já que o que está em jogo são os elevados índices de consumo de recursos naturais. Estima-se que para se fazer um computador, por exemplo, sejam utilizados cerca de duas toneladas de insumos, entre eles: combustíveis, matéria-prima e água. Além disso, estudos revelam que aproximadamente 60 elementos da Tabela Periódica estariam fazendo parte da composição dos computadores modernos, dentre os quais alguns bastante tóxicos (veja tabela 1 abaixo).
Tabela 1: Elementos tóxicos presentes em diversas partes de um computador(Revista Química Nova na Escola, Vol. 32, N° 4, Nov./2010)
Elemento
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Onde se localiza
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Efeitos tóxicos ao ser humano
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Chumbo (Pb)
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Tubos de raios catódicos e soldas
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Danos neurológicos, renais e sanguíneos
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Vanádio (V)
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Tubos de raios catódicos
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Distúrbios gastrointestinais, inapetência
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Bromo (Br)
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Retardantes de chamas em circuitos
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Desordem hormonal, nervosa e reprodutiva
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Antimônio (Sb)
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Alguns tipos de retardantes de chamas
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Nefrite, problemas cardiovasculares e gastrointestinais
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Cádmio (Cd)
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Algumas baterias, soldas e circuitos integrados
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Danos aos ossos, rins, dentes e pulmões. Possível agente cancerígeno.
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Bário (Ba)
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Vidro (tela) de um tubo de raios catódicos
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Distúrbios gastrointestinais, convulsões, hipertensão, lesões renais e cardíacas.
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Mercúrio (Hg)
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Soldas, termostatos e sensores
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Danos neurológicos e hepáticos.
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Berílio (Be)
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Liga antifricção (cobre-berílio)
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Edema e câncer pulmonar
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Há várias formas de se racionalizar a utilização dos EEEs, entre elas: upgrade; doações para ONGs que pratiquem inclusão digital; encaminhamento correto de baterias (e pilhas) a cooperativas e programas de reciclagem; optar, no ato da compra, por produtos que possuam componentes que facilitem a sua reciclagem; etc.
Enfim, é de se entender que todos nós almejamos adquirir EEEs que venham a facilitar a vida cotidiana, no entanto devemos ter em mente que a compulsividade em adquiri-los pode nos trazer efeitos maléficos. Para isso, devemos por em prática, de forma enérgica e prioritária, as questões que envolvam a educação ambienal e a sustentabilidade, principalmente no que tange às gerações emergentes, pois estas se transformarão em agentes disseminadores.