quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Lixo Eletroeletrônico









    

   Celulares, computadores, calculadoras, TVs, são alguns dos exemplos de equipamentos eletroeletrônicos (EEEs) que fazem parte de nossas vidas, assim como se fossem peças de nossas vestimentas. Mas será que damos a mesma atenção a eles, como foi quando os adquirimos, no momento do seu descarte? Que males o consumo desordenado desta moderna modalidade de lixo, que vem crescendo a passos largos, podem acarretar ao ambiente e, por sua vez, ao ser humano? Quais medidas podem ser adotadas para a correta utilização dos EEEs?
    É muito comum que, no momento da aquisição de um EEE, fiquemos entusiasmados, fascinados, realizados mas, que alguns meses após, já estejamos “paquerando” o lançamento de uma nova versão do mesmo. Com isso, as atenções, que deveriam estar voltadas para o destino que se dará (ou se daria) ao modelo antigo, ficaram em segundo (ou terceiro, ou quarto, etc...) plano. Estudos demostram que a velocidade de crescimento do lixo eletroeletrônico é de três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.
   Contudo, a principal preocupação não está focada, ainda, no que se refere ao seu descarte, mas sim em sua produção, já que o que está em jogo são os elevados índices de consumo de recursos naturais. Estima-se que para se fazer um computador, por exemplo, sejam utilizados cerca de duas toneladas de insumos, entre eles: combustíveis, matéria-prima e água. Além disso, estudos revelam que aproximadamente 60 elementos da Tabela Periódica estariam fazendo parte da composição dos computadores modernos, dentre os quais alguns bastante tóxicos (veja tabela 1 abaixo).

Tabela 1: Elementos tóxicos presentes em diversas partes de um computador(Revista Química Nova na Escola, Vol. 32, N° 4, Nov./2010)

Elemento
Onde se localiza
Efeitos tóxicos ao ser humano
Chumbo (Pb)
Tubos de raios catódicos e soldas
Danos neurológicos, renais e sanguíneos
Vanádio (V)
Tubos de raios catódicos
Distúrbios gastrointestinais, inapetência
Bromo (Br)
Retardantes de chamas em circuitos
Desordem hormonal, nervosa e reprodutiva
Antimônio (Sb)
Alguns tipos de retardantes de chamas
Nefrite, problemas cardiovasculares e gastrointestinais
Cádmio (Cd)
Algumas baterias, soldas e circuitos integrados
Danos aos ossos, rins, dentes e pulmões. Possível agente cancerígeno.
Bário (Ba)
Vidro (tela) de um tubo de raios catódicos
Distúrbios gastrointestinais, convulsões, hipertensão, lesões renais e cardíacas.
Mercúrio (Hg)
Soldas, termostatos e sensores
Danos neurológicos e hepáticos.
Berílio (Be)
Liga antifricção (cobre-berílio)
Edema e câncer pulmonar

      
     Há várias formas de se racionalizar a utilização dos EEEs, entre elas: upgrade; doações para ONGs que pratiquem inclusão digital; encaminhamento correto de baterias (e pilhas) a cooperativas e programas de reciclagem; optar, no ato da compra, por produtos que possuam componentes que facilitem a sua reciclagem; etc.
    Enfim, é de se entender que todos nós almejamos adquirir EEEs que venham a facilitar a vida cotidiana, no entanto devemos ter em mente que a compulsividade em adquiri-los pode nos trazer efeitos maléficos. Para isso, devemos por em prática, de forma enérgica e prioritária, as questões que envolvam a educação ambienal e a sustentabilidade, principalmente no que tange às gerações emergentes, pois estas se transformarão em agentes disseminadores.


Referência: Revista Química Nova na Escola, Vol. 32, N° 4, Novembro de 2010. (http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_4/06-RSA10109.pdf)